domingo, 16 de março de 2014

Os quatro, os três e os outros dois

Vou escrever um texto porque o Funes Mori conseguiu um póquer. Tem sido uma semana cheia de assuntos, mas vou focar-me primeiro naquele que mais mexeu comigo: o Lima, que chegou ao Benfica há quase dois anos por quase cinco milhões de euros, nunca conseguiu um póquer com a Digníssima vestida. Repito aqui o que escrevi na altura em que comprámos o Lima ao Braga: por esse preço, com aquela idade, oriundo daquele clube e com o fraco currículo que trazia, seria bom que rapidamente marcasse quatro num só jogo para que, na minha cabeça, toda a operação fizesse algum sentido. Hoje à tarde, um jogador que há três anos surgiu num sonho meu - um sonho normal de Benfiquista: sonhei que o tínhamos contratado, só isso... -, enfiou quatro nas redes de um Sporting (o da Covilhã) devidamente equipado com riscas verdes sobre fundo branco. Achei que este momento merecia ser assinalado neste blogue.

Sobre os outros temas da semana, gostaria de começar pelo assunto "Jorge Jesus e os três". Na minha opinião, foram poucos. Para aquilo que jogámos, devíamos ter metido mais um, pelo menos - e o Siqueira bem que podia tê-lo feito, mesmo no finalzinho do jogo. Não diria que fiquei indignado, até porque o resultado foi positivo. Mas compreendo a surpresa do Jesus quando perguntou, por gestos, "como é isto, só três?"

Sobre os roubos de que os nossos rivais se dizem vítimas, tenho a dizer muito pouco. Mas gostaria de deixar claro um ponto: a afirmação peremptória de uma opinião não a transforma necessariamente num facto nem obriga a generalidade das pessoas a aceitá-la. O levantamento supostamente isento que o jornal do Sporting fez deixa muito a desejar ao nível da seriedade (não peço, sequer, imparcialidade). A razão não se conquista repetindo centenas de vezes a mesma opinião - há que justificá-la com seriedade, com justiça e com factos, não com opiniões ou com meios-factos e omissões. Acredito que o Sporting tenha razão em algumas situações, mas discordo de que tenha vindo a ser sistematicamente prejudicado. Uma análise séria revelará, creio eu (e não fiz um levantamento rigoroso, isto é uma impressão), um equilíbrio entre o dever e o haver - tal como no caso do Benfica, já agora. Não será uma conferência de imprensa de voz grossa em horário nobre com a intenção de mobilizar os próprios adeptos a dizer "basta" que me vai convencer do contrário. Eu tenho olhos e ainda sei ver futebol.

Para o clássico de amanhã, desejo que o Sporting seja amplamente beneficiado, a bem das ironias da justiça desportiva, por um lado, mas sobretudo com vista à justiça poética. O resultado é-me indiferente (se bem que um empate não me caía mal).

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