quarta-feira, 27 de julho de 2011

A arte definitiva

Marcar um golo provoca uma sensação difícil de descrever. É como uma transgressão à realidade. Estamos ali mas não estamos ali. A euforia, a adrenalina que dispara, a incredulidade “marquei mesmo?” que nos toldam, deixam-nos num limbo inatingível de qualquer outra forma. Marcar um golo é uma forma sublime de existir momentaneamente. É um apontamento sobre-humano impossível de guardar ou de cristalizar. Passados alguns segundos, tudo o que resta são escombros do golo: alegria, satisfação e pouco mais. Racionaliza-se, numera-se e passa à história. Porque o golo se perde nele próprio, no instante em que acontece, assim, “já está!” e é então, nesse momentozinho mínimo, que percebemos a nossa função cósmica: era mesmo isto, empurrar a bola lá para dentro.
Há, no entanto, uma outra sensação de elevado requinte no futebol. Não fará história como fazem os golos. Não faz disparar a adrenalina dessa maneira orgásmica. Não justifica a nossa existência perante o universo. Mas sabe bem como poucas outras coisas na vida. Sabe bem como comer as primeiras cerejas do ano deitado sobre a relva à sombra de um pinheiro, se me permitem a analogia bucólica. Trata-se, como hão-de ter depreendido, de passar a bola por baixo das pernas do adversário. Fazer a cueca, dar a ratada, meter uma coxinha. É arte com muito nomes, todos eles tão criativos, irónicos e provocadores quanto o executante do gesto, seja ele qual for, onde quer que seja.
Fazer a cueca é aquele gesto que exige do futebolista muito mais do que sentido prático, noção táctica ou apurada técnica. Fazer a cueca é um estado de alma. Requer descaramento e uma boa dose de snobismo. É necessário que o artista seja – e saiba que o é – superior ao adversário a humilhar. O gesto é doloroso para quem é vítima; e é quase embaraçoso para o herói que o realiza – fica sempre aquela sensação de “oh, meu Deus!, peço imensa desculpa… foi impulso”. Mas depois fica aquele sorriso malandro que dispensa palavras. Se marcar um golo é um orgasmo apaixonado, dar a ratada é claramente fruto de uma masturbação recreativa.
Nesta arte milenar – refiro-me à cueca, não à masturbação -, há um jogador dentro de cada equipa com acesso privilegiado ao espaço entre as pernas abertas dos adversários. É o mago, o distribuidor, o 10. É só escolhê-los. Eles vêm, eles caem. Naturalmente, a localização táctico-geográfica do 10 acresce-lhe responsabilidades: não basta “passar de régua e esquadro”; não chega que faça aberturas de 40 metros, que bata os cantos como ninguém que distribua jogo com apenas dois toques, que seja o rei das assistências. Isso é para os medianos, para os razoáveis. Os craques, os magos, os distintos “metem uma coxinha” sempre que podem. Sempre com classe. Para mostrar quem é mestre ali, para desmoralizar os adversários. Entristecendo-se o opositor, aproximamo-nos da nossa própria felicidade.
Quando eu pago bilhete para ir ao Estádio, não é apenas para ver o Benfica ganhar, para desfrutar do ambiente ou para sair de lá rouco de cantar o hino ou para ver voar a Vitória. Eu quero contemplar o mágico enquanto ele causa depressões aos adversários. E quero que estes saiam de campo pensativos, insistindo na ideia “se era para isto, mais valia ter ficado em casa”.
E é para isso que eu lá estarei logo ao fim da tarde, Pablo, Pablito Aimar.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Isto porque, parecendo que não, ainda é silly season...

Os mistognósticos são muito desgastantes. Mas gostei do Emerson e do outro, o Garay. E o Pérez ganhou uns pontinhos. Continuo sem gostar é daquele gordochinho inestético. Mas não queria falar sobre isto, que me aborrece.
Hoje vamos aproveitar o pouco que nos resta da silly season. Ah e que fique claro que não fui eu quem inventou esta piada - a que se seguirá, para vosso gáudio. Li no facebook. Mas é tão silly season que, à falta de caracóis, decidi publicá-la. Então, vai assim (eu retoquei, de modo a secá-la um pouco; na versão espontânea, a punch line é muito mais potente. Porém, não quero tirar sobriedade ao blogue):

Analisando rigorosamente os registos, verifica-se que o melhor goleador do Porto dos últimos 30 anos é o Vidoso. Em cada três, quatro golos, um é do Vidoso.

E pronto, era isto. Agora, peguem nesses sorrisos de "foda-se... que perda de tempo..." e continuem lá a fingir que preenchem as folhas de cálculo, enquanto abanam a cabeça e pensam "'tá boa".

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Prognóstico: isto leva cachaça

Uma das minhas coisas favoritas – logo a seguir a namorar romanticamente em ambientes idílicos, a namorar ferozmente em ambientes ousados, a ver filmes com o Bruce Willis, a ir ao Estádio da Luz ver o Benfica, a comer salmão na chapa, a dar concertos em sítios apertados e cheios de gente, a ver concertos em sítios apertados e cheios de gente, a ver o Benfica na televisão na Típica, a viajar por Portugal, a passear por Lisboa, a viajar pelo mundo, a passear por sítios bonitos, a sair à noite, a festejar o Santo António, a ir à praia no Burgau, a minis e caracóis, a ler no metro, a provar vinhos de qualidade em boa companhia, a fazer jantaradas, a jogar à bola à quarta-feira, a dormir, a escrever e mudar as fotografias no facebook e a fazer investigação na Wikipédia – é prognosticar. Pode parecer disparatado, mas é uma actividade que levo muito a sério. Gosto muito de prognosticar resultados de jogos de bola, embora não se compare com prazeres mais refinados, como prever o tempo ou a recuperação notável da Sónia Brazão. Mas aprecio, sinceramente, o prognóstico futebolístico. Além do mais, enquanto a bola não rola a valer, gosto de me entreter com certas coisas. Acabaram-se-me os cajus e já só há duas minis, portanto, vamos a isto.
Prognostiquemos jogadores. Ou será diagnostiquemos? Por vezes, embrulho tudo. Façamos mistognósticos. Que fique registado que fui eu quem inventou o termo. O mistognóstico prognostica ao mesmo tempo que diagnostica. Gosto. Likes para mim. Mistognostiquemos os jogadores do Benfica, os novos. Há alguns de que não faço ideia quem sejam. Consultando o jornal A Bola, vejo aqui um André Almeida, um Nuno Coelho, um Mora, um Uche e um Mika. Os portugueses ainda têm nomes bonitos. Mas os outros, enfim. Estes ficam já de parte.
Depois há uns cujo nome eu recordo. Shaffer. Eu já ouvi isto em qualquer lado. Mas também não me lembro de nada que tenha feito. Portanto, irrelevância equivale a nada. Por mim, pode seguir. Urreta. Deste eu gosto. Era rapaz que ficava num plantel em que eu mandasse. Mas estes também não me interessam. Vamos aos realmente novos.
De cima para baixo, na lista d’A Bola. Artur: é fixe. O ano passado fez grande época no Braga e parece-me indiscutível para a titularidade – apesar da chegada de Eduardo, que não é mau guarda-redes, mas a quem falta qualquer coisa. E pronto, dois estão despachados.
Wass. Parece-me muito fraco. Sem velocidade, sem garra e sem timing, não consigo entender a razão que levou o Benfica a contratá-lo. Mais um mistério. Sai.
Matic. Ora aí está, aqui atingimos um nível que me agrada. Primeiro, é um médio como eu gosto: em jogo, participativo. Não gosto de “miolos” que se escondem. Este não se esconde. É grande, tem técnica, impõe-se e até me parece ter um niquinho de mau feitio. Além disso, mete medo. Gosto. Um like para o Matic. Vai afirmar-se.
Bruno César. Não gosto. Dislike. É muito feio e gordo. E além disso fala muitíssimo mal. Na minha opinião, devíamos ter inflacionado este pequeno bácoro a ver se o Porto abria o cordãozinho à bolsa uma vez mais. Ainda por cima, para o lugar do Aimar. Hum, deves. Suplente.
David Simão. Li maravilhas sobre este jovem. Lembro-me, vagamente, da sua época no Paços de Ferreira. Penso que justifica uma oportunidade. Mais que não seja, para justificar a existência de um escola de formação no Benfica.
Chegamos ao Nolito. Penso que não engana. Bem formado, cheio de técnica, garra e visão de jogo. Poder no um para um, noção de equipa. Enfim, um valor seguro. Pode não ser uma enormíssima estrela, mas é garantidamente um jogador útil e produtivo.
Eis agora uma incógnita: Rodrigo. As referências são das melhores. No estágio foi frequentemente a estrela. Em jogo, pouco vi dele (não sei se terá jogado pouco). Sendo comunitário, apostava em guardá-lo. Em Dezembro, logo veríamos.
Nelson Oliveira. Avançado prometedor. Apesar de haver algum excesso de avançados no plantel, é português e é da formação. Gosto disso. Por mim, fica no plantel.
Enzo Pérez. Ora, muita cotação na pré-época, pouca produção no estágio. Sinceramente, não me impressiona. E nem sequer percebi bem qual a posição que realmente deveria ocupar. Veio com etiqueta de extremo. Vejo-o a flectir para o meio… Não sei. Empréstimo. Dislike.
Garay. Vem do Real Madrid e diz que é bom. Já está em Lisboa para ver o jogo de logo à noite e isso é sempre um óptimo sinal. Estrela pela certa… Não, estou só a brincar. É defesa-central e isso, nos dias que correm, chegam para fazer dele um dos jogadores mais imprescindíveis a esta equipa. Se fosse “lateral-esquerdo” diria o mesmo.
Witsel. Há quem não conheça. Há um vídeo no YouTube que não deixa dúvidas: este menino não brinca. Não vem que não tem. Com ele, ou vai ou racha. E normalmente racha. Fora isso, parece aquele que morre do C.S.I. Las Vegas. Perigoso, mesmo se desarmado. É bem-vindo. É o craque.
Falam de Capdevila. Não entendo se assinou se não. Esperemos para ver. As credenciais são boas; as características, no entanto, não correspondem às de Coentrão. Cheira a pré-reforma.
Meh. Chega de prognósticos. Isto cansa-me. Vou comprar pistáchios. E fazer uma caipirinha. (Eu não disse?)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Tentativa um pouco embaraçada de emendar uma falha grave

Com o passar das gerações blogosféricas, as listas de favoritos vão ganhando corpo, volume e, por fim, pó. Por isso, alguns blogues deixam de ser visitados (por mim...) com a regularidade que mereciam. Este é um deles. Para quem gosta de bons textos, boas ideias e boas polémicas, sempre com o Benfica no coração.

Obrigado, Obrigado Sá Pinto.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Tirando os Beatles...

Quem me conhece de perto, sabe bem que não sou o fã número um do sistema democrático, sobretudo tal como o conhecemos e o aplicamos – ou ele se aplica sobre nós, talvez seja mais rigoroso pôr os termos assim. Mas não falemos na democracia como modelo político. Prefiro debruçar-me sobre a democratização da opinião e, concretamente, a democratização da opinião no planeta do futebol.
Não sei se será só impressão minha ou se mais alguém concorda com o seguinte: um gosto de uma maioria muito raramente é um gosto distinto ou requintado. Assim de repetente, tirando os Beatles e o Benfica, não me ocorre mais nada de que toda a gente goste e que tenha realmente pinta. Do incontornável Tony Carreira ao insuportável Barcelona, passando pela preferência pela selecção brasileira, tudo aquilo de que a grande massa é fã se caracteriza habitualmente pela falta de bom gosto.
Os mais pudicos escusam de balbuciar entre dentes “reaccionário dum cabrão” porque este texto é o oposto da reacção: é todo pelo progresso. Sobretudo, pelo progresso nas mentalidades, pela descarneirização da opinião.
Voltando ao assunto, sejamos justos: a mediocridade só precisa de ser fácil para agradar à esmagadora maioria, sobrepondo-se, em número de preferências, a qualquer excelência que requeira um mínimo de esforço. O Ronaldinho Gaúcho encantava muito mais do que o divino Bergkamp (e este tópico não é discutível: não suporto o gaúcho e era menino para fazer um altar ao holandês que não voava) e isso diz muito da capacidade de uma multidão para avaliar a elegância e o charme de um verdadeiro artista.
Por esta altura, noto alguma agitação por esses gabinetes de call center e repartições de finanças e guichets de centros de saúde. Interrogam-se “mas do que é que este gajo está para aqui a falar?”. Tenhamos calma. Amanhã também é dia de trabalho e, assim, tereis mais matéria de leitura para ocupar esse tempo morto entre as nove e as cinco.
Voltemos à tal democracia. O facto de eu não morrer de amores por ela não significa que seja apaixonado pelas ditaduras. E é com algum espanto que noto, por vezes, uma injustificada intolerância entre Benfiquistas, sendo o sentido dessa intolerância invariavelmente o mesmo: os que questionam e levantam dúvidas são vistos pela massa maioritária como agitadores, demagogos ou, na maioria dos casos, simplesmente idiotas. Que fique bem claro: eu não fico 200 gramas menos Benfiquista por questionar políticas do meu clube. Eu posso contestar o nosso presidente, desde que não lhe falte ao respeito ou atente contra a sua honra, dignidade e mais uma série de coisas que são imagens de marca de quem gere clubes de futebol. Portanto, sempre que eu tiver uma ideia ou algo a apontar à gestão do meu clube, se não se importam, estou apenas a exercer o meu direito – moralmente, é até o meu dever! – de Benfiquista. Porque eu para o meu clube só posso querer o melhor – e, tirando os Beatles, o melhor nem sempre é aquilo de que a maioria mais gosta. Mais: o facto de ter ideias e de gostar de debatê-las neste espaço (semi-)público não implica que, como por vezes sugerem quando os argumentos se esgotam, eu me candidate à presidência do Benfica. Calma, senhores. Se um dia houver motivo e condições para isso, será o meu maior orgulho – e do meu pai, e do meu já falecido avô e de uma grande, grande, grande parte da minha família. Porém, por enquanto, limito-me a isto: dizer coisas que penso. A manifestar a minha opinião, o meu desagrado, a minha insatisfação ou as minhas dúvidas. Ou só devemos manifestar o nosso Benfiquismo quando é para festejar no Marquês? Bem sei que é mais fácil e dá menos trabalho. Há mais alegria e tudo. Mas, para lá chegarmos, por vezes é realmente necessário que alguém pense e ponha em prática determinadas coisas, com acerto. Borrifando-se na democracia. Sem funcionar para as maiorias. Ou, melhor: funcionando para a totalidade - porque não há Benfiquista nenhum que não goste de ganhar. Agora, isso dá algum trabalho…

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Já me esquecia

E sim, este blogue ganhou aquela votação estranhíssima no Ontem Vi-te no Estádio da Luz. Que fique registado que nunca foi minha intenção conseguir tal coisa. Mas agradeço, pois claro.

Conjunto de impressões em texto corrido mas sem grande ligação entre os sectores

Instado por várias personalidades de vulto a comentar a situação do Benfica, aqui ficam coisas que eu penso sobre o assunto em apreço.
Para começar, acho mal. Acho mal que me instem a pensar sobre isto quando eu andava, já aqui há tempos, a considerar a possibilidade de fazer uma crónica em que amparasse, com brilhantismo, o mundo futebólico num organigrama musical, com uma hierarquia muito própria, na qual o maestro seria o número 10 e assim por diante, mas tentando ser um pouquinho menos banal. O virtuoso dos violinos seria claramente o extremo esquerdo, número 11, que no Benfica é o número 20 desde o Simão e que este ano deve ter os dedos do Nolito a encantar auditórios. Mas não era disto que eu ia falar hoje. Falemos de laterais esquerdos, ou violoncelistas, que é uma coisa que o Benfica já teve algumas vezes. Na verdade, eu não sei muito bem quem é que o Benfica tem lá este ano. São muitos e não é fácil decorar o nome de todos. Aliás, pelas minhas contas, em 90% dos casos decorar-lhes o nome é perda de tempo, já que serão dispensados, emprestados ou simplesmente colocados noutras funções no clube, visto que o plantel não deverá ter mais de 30 ou 40 jogadores.
Bom, não nos dispersemos. Ah, e tem o Bruno César. Eu sei porque não gosto dele. Fala muito mal e é feio, tem uma boca disforme, dá ideia que está sempre a mastigar batatas cozidas. Enquanto fala.
Laterais esquerdos. O Fábio Coentrão era lateral esquerdo do Benfica. Esta frase é uma banalidade, mas tem um propósito: introduzir uma ideia do José António Saraiva. Notem o elogio que hiperbolizei ao aplicar o termo “ideia”. O José António Saraiva decidiu, para nossa alegria, discorrer sobre o saudoso Coentrão. E eu acho notável que, entre banalidades e termos aprendidos de cor (“dinâmica” domina completamente o discurso), JAS consiga elevar-se e executar raciocínios dedutivos ao alcance de muito poucos. O exemplo mais flagrante, aliás, mais notável, é aquela passagem do texto em que se aborda o timing da transferência. Observador de muita ciência, Saraiva considera que – como diz no título do seu próprio texto – é “a altura certa”. Se a observação não surpreende, a explicação que lhe subjaz não faz menos do que encantar. Ora atentem, que vou transcrever isto ispsis verbis, como se costuma dizer: “Coentrão é um jogador de risco. É um jogador que de um momento para o outro pode sofrer uma lesão grave”. Calma, isto não fica assim: “até porque não tem massa muscular condizente com a alta velocidade que atinge”. Em plena silly season e com o Miguel Sousa Tavares ido de férias, é com elevado regozijo que registo a existência de José António Saraiva. Viva Saraiva! E continua: “se Fábio se lesionasse e ficasse parte da época sem jogar, o seu valor cairia a pique”. É isso aí.
Entretanto, diz que comprámos um Witsel e que perdemos com um Dijon. Ou vice-versa. Para mim é tudo muito confuso, todo um mundo desconhecido, apesar de alguns nomes serem muito catchy, muito “manchete d’A Bola”. Matic é fixe, por exemplo.

sábado, 2 de julho de 2011

Ai o futebol não tem magia? Não?

Eles têm o - discutivelmente, vá... - melhor jogador do mundo, têm o genro de D10s e têm uma das melhores selecções da actualidade. Mas o primeiro golo desta Copa América, que chegou para travar a poderosa Argentina (viria a empatar com um golaço de Kun Aguero), que até joga em casa, foi apontado de calcanhar por um jogador brasileiro, cuja alcunha é Bolívia e que tem tudo para ser craque na próxima época... na Liga Orangina. Viva a Copa América!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Problemas de comunicação

Bruno César falou. Pior, Bruno César falou sobre Pablo Aimar. É grave. Ouvir Bruno César, na sua verborreia sub-futeboleira, elogiar os elogios de Aimar e a arte maior e o talento distinto de Pablito é equivalente a ouvir Tino de Rans comentar a presidência de Jorge Sampaio ou Zé Cabra dissertar acerca das propriedades únicas da voz de Camané. É aflitivo ouvir esta figurinha, que não acerta sujeito com predicado, plural com singular, desrespeitar, discursando em ignorância, tão nobre sujeito cujos predicados singulares tanto me encantam. É ofensivo. É medonho. Bruno César quer “imitar Aimar”. Para começar, que aprenda a falar – arte em que o elevado argentino é tão elegante quanto na recepção do passe ou na entrega aveludada de uma bola que rasga a defesa. Não tenho dado muita atenção à pré-época, mas há uma realidade que ganha contornos: este número 10 brasileiro tem tudo para ser o próximo Kardec do meu coração.